Dependência Química

Tércio Vieira Camargo

Capacitação forma grupos para autoajuda de dependentes químicos
O curso foi ministrado durante todo o dia e contou com líderes de vários municípios da Paraíba e de Pernambuco.
Nesse sábado (26), foi realizado na ACEV Social em Patos, um curso de capacitação de facilitadores para a formação de grupos de autoajuda de dependentes químicos de álcool e de drogas. O curso foi ministrado durante todo o dia e contou com líderes de vários municípios da Paraíba e de Pernambuco.
Com a qualificação dos ‘facilitadores’ - líderes de grupos de apoio que atuarão como mediadores nas rodas de conversas - cada irmão poderá criar, através da sua igreja local, um grupo de ajuda mútua em sua comunidade.
A previsão é que nas próximas semanas os primeiros grupos deem início às atividades que tem como foco ouvir e possibilitar a troca de experiências entre os usuários e também as famílias. O objetivo é motivar um diálogo aberto sobre as consequências das drogas na vida de cada pessoa, seja ela um usuário ou não, e ajudar na luta contra esse problema que vem devastando muitas vidas.

http://www.acevbrasil.org.br/noticia.php?id=172

Falar sobre o envolvimento familiar na dependência química é falar do ponto nevrálgico da questão. Isto porque o papel da família é fundamental para o engajamento do usuário de drogas em um tratamento e também após o tratamento, a manutenção da abstinência. Além disso, é de consenso da comunidade científica que alguns fatores familiares estão interligados ao uso e abuso de drogas, como por exemplo: a presença do modelo de drogadição tanto pelos pais, como em membros das gerações anteriores – aqui se inclui o uso de cigarro e álcool; também a instabilidade familiar, no sentido da fragilidade de apoio da família para seus membros.

Um ponto importante a se destacar está na dificuldade da família identificar que um de seus membros está fazendo uso de drogas, e quando isto acontece muitas vezes a situação já está delicada e complexa. O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é desconcertante e traz um mal estar muito grande no seio familiar. Segundo Neliana Figlie este impacto pode ser descrito através de quatro estágios pelos quais a família progressivamente passa: o primeiro é o mecanismo de negação, onde ocorre tensão e desentendimento e não se fala sobre o assunto; o secundo a família passa a tentar controlar o uso da drogas e as conseqüências destes. Há muita mentira e cumplicidade com um clima de segredo familiar sobre o assunto, e a ilusão de que não há problemas na família; o terceiro é uma desorganização enorme na família. Os membros assumem papéis rígidos e previsíveis. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e assim o dependente químico perde a oportunidade de perceber as conseqüências do abuso de álcool e drogas; o quarto estágio é o da exaustão emocional, deixando a situação insuportável, proporcionando o afastamento de seus membros e gerando a desestruturação familiar. É claro que nem todas as famílias obrigatoriamente passaram por este processo.

Outro fato a considerar é a dificuldade que o usuário tem de reconhecer seu problema e conseqüentemente pedir ajuda para a família. Neste ponto é importante a família intervir com firmeza, mostrando as conseqüências negativas presentes na vida do usuário e conduzindo-o a uma conscientização de que precisa de um tratamento. Muitas famílias são ambivalentes neste ponto, ou seja, alguns são a favor de um tratamento, outros acham que é “sem-vergonhice” do sujeito e que ele precisa tomar “vergonha na cara” e parar de usar. Se o uso de drogas se tornou freqüente e fugiu ao controle o consumo é sem sombra de dúvidas a necessidade de um tratamento. Quanto o usuário pede ajuda à família, esta deve acolhê-lo e prontamente encaminhá-lo a serviços de tratamento de drogadição, onde a internação é uma opção a ser avaliada.

Por fim, a grande dificuldade das famílias compreenderem é que terá um papel essencial no tratamento de seu membro e que esta mesma deverá buscar alguma forma de ajuda e terapia, pois a dependência química acaba desorganizando a estrutura familiar e mobilizando estados emocionais prejudiciais, que precisam serem ajustados e re-organizados.

Texto Publicado no Jornal do Cervin

29 de dez. de 2009

DROGADIÇÃO

Uso e abuso (RACIONALIZAÇÃO):
- eu uso porque ela existe; porque tenho acesso fácil ou difícil, mas tenho; porque convidado a usar pela atração exercida pelos meios - familiar, comunicações [curiosidade]; cultural [pelo comportamento do grupo, os homens são sem dúvida mais unidos que as mulheres, portanto não vai deixar de usar a droga quando oferecida, para não demonstrar uma desfeita e correr o risco de ser isolado/ expulso do grupo] dados apresentados pelo Psiquiatra Gaiarsa.- o abuso aparece na fase da dependência- o abuso de droga altera a sua imagem, sem que o dependente perceba.
Tolerância
- o nível de tolerância é a quantidade introduzida- o gostar de um tipo de droga é por ter atributos [líquida/aroma/sabor/refrescante/cor/etc.]- a tolerância da droga diminui na fase da dependência.
Efeito
- efeito bifásico no uso do químico, na la fase estimula e/ou bem estar e na 2a fase deprime- a droga e a ligação com o usuário poderá a tornar-se dependente de uma droga pela conseqüência do efeito que ela oferece - quero ficar muito maluco /down /alivio imediato, ou ainda ampliar e continuar o comportamento- o efeito da droga depende: do usuário, quantidade/concentração, via de uso, as condições ambientais, a atividade exercida [velório, festa], etc.No tocante a quantidade/concentração - álcool somente não é usado como anestésico, por ser grande a dosagem, podendo chegar ao coma alcoólico e passado o efeito à indisposição orgânica ser desagradável.O efeito da cocaína é apreendido pela quantidade utilizada, já a concentração de pureza é inteiramente questionável, possivelmente poderá levar o DQ a uma overdose.
Síndrome de abstinência
Síndrome é o conjunto de sinais e sintomas. Abstinência é a falta/ausência/diminuição/parada. Sendo aguda e aparece em horas/dias. Sendo demorada/tardia e aparece após meses/anos. Obs. - o álcool/cocaína são hidrossolúvel [eliminada em horas e vestígios de 1 a 2 dias] e a maconha é lipossolúvel [a droga se deposita na gordura e demora de 10 a l5 dias a ser eliminada e por esse motivo a síndrome é muito severa e prolongada]. Dependência da droga na forma psicológica e na forma física é a síndrome de abstinência, que é um termo/frase de fácil entendimento popular Dependência psicológica é vista como obsessão, ocorre na mudança da emoção, os sinais/sintomas são:
-Emocional ansiedade [o DQ é o dobro ansioso que a média da população], alteração do humor [mudança brusca comportamento], agressividade, angústia, irritabilidade, tensão, desorientação no tempo e no espaço, paranóia [medo, perseguição, pânico], depressão primária [o DQ gera problemas iguais ao doente psiquiátrico depressivo], convulsões.-Memória confusão mental, concentração, raciocínio, lapsos de memória, crise de identidade.-Sono alterado [insônia ou sono pesado], sonhos aumentados [onde as angústias são resolvidas à fabricação de coisas boas e a esperança de acontecer], pesadelo [geralmente com a drogradição]Dependência física é vista como compulsão, ocorre a mudança física, os sinais/sintomas são:-sudorese [suor aumentado], cefaléia [dor de cabeça], dores musculares, câimbras, tremores, fadigaoscilação pressão arterial [alta ou baixa], taquicardia [coração acelerado], febre, náuseas e vômitos, diarréia ou intestino preso, falta de apetite, alucinações/delírios.
Benefícios x Problemas
- no início do uso de droga tenho prazer [me deixa legal/solto] e/ou alívio imediato.- ela traz benefícios, fornece ao homem o triângulo - o poder + o prestígio + sexo [como consigo fazer mais fácil as tarefas no trabalho e sou admirado pela minha competência]- os problemas são sinalizados pelas perdas materiais/moral/legal e seqüelas psico/físicas.

Fonte: http://www.adroga.casadia.org/inicioefim/002_CAUSAS_CONSEQUENCIAS_DA_DEPENDENCIA_QUIMICA.htm